Brasil melhora IDH, mas fica abaixo da média da América Latina

O Brasil melhorou o seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2012, mas não conseguiu superar a média da América Latina e mateve a mesma posição do ano anterior no ranking mundial divulgado nesta quinta-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

Segundo o Pnud, o Brasil equilibrou crescimento nas três dimensões do desenvolvimento humano que são medidas pelo índice --saúde, renda e educação-- e ficou entre os 15 países que mais conseguiram reduzir o déficit no IDH entre 1990 e 2012.

"A estratégia de política estrutural de longo prazo adotada pelo Brasil, com a universalização do bem-estar social, foco na redução das desigualdades e redução da pobreza, coloca o país em posição de destaque", segundo o relatório.

Em 2012, o Brasil teve um IDH de 0,730, ficando dentro do grupo de desenvolvimento humano alto. Embora o índice tenha melhorado em relação a 2011, quando ficou em 0,728, o país se manteve neste ano na 85ª posição do ranking devido ao avanço de outras nações.

Apesar de crescer num ritmo mais rápido e com mais qualidade do que seus vizinhos, o índice brasileiro ficou abaixo da média para a América Latina, que atingiu 0,741, e de outros países do continente, como Chile (40ª), Argentina (45ª) e México (61ª).

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, criticou a metodologia usada no relatório e apontou uma "defasagem inaceitável" nos dados sobre educação, um dos critérios avaliados para o cálculo do IDH.

Mercadante ponderou que os autores do relatório não consideraram dados atuais sobre a erradicação da pobreza e promoteu contestar o Pnud para que haja uma revisão das informações.

"Vamos lá bater na porta, mostrar os nossos dados e fazer a discussão. Eles vão ter que rever", disse o ministro em entrevista coletiva, acompanhado da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, segundo informações da Agência Brasil.

O IDH é um índice calculado anualmente pela ONU para medir o desenvolvimento humano dos países. Com variação em uma escala de 0 a 1, o índice é considerado mais elevado quanto mais próximo de 1.

A Noruega continua sendo o país com melhor IDH, com 0.955.

Ascenção do Sul

O relatório do Pnud citou a ascensão de países em desenvolvimento e seu peso econômico, abrindo caminho para retirar milhões de pessoas da pobreza e promovê-las a uma nova classe social.

É o caso de países como Brasil, China e Índia, que passaram a ser atores importantes na economia do mundo, o que requer, segundo o relatório, um debate sobre a remodelação da geopolítica e uma análise do papel das instituições de governança global sobre a nova realidade.

"O relatório aponta uma grande mudança no rebalanceamento do poder econômico e geopolítico mundial em relação a uma série de países em desenvolvimento, que eles chamam de ascensão do sul, que estão mostrando progressos substantivos no seu desenvolvimento humano nas dimensões de renda, saúde e educação e participação social", afirmou a analista de desenvolvimento do Pnud, Daniela Gomes Pinto, a jornalistas em Brasília.

Os autores do relatório concluíram que esses três países "exercem cada vez mais influência na regulação mundial do comércio, da moeda e das finanças; e influenciam a cultura, a ciência, o ambiente, a paz e a segurança."

Na comparação aos países que compõem os Brics, o IDH do Brasil continua bem à frente de outros emergentes como China (101ª), África do Sul (121ª) e Índia (136ª), mas atrás de Rússia (55ª).

O Pnud avaliou 187 países e territórios, já que a limitação com a obtenção de dados impediu estimativas de IDH para oito países, como Ilhas Marshall, Mônaco, Nauru, Coreia do Norte, San Marino, Somália, Sudão do Sul e Tuvalu.

Créditos à Reuters Brasil

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